COMO CONTROLAR O EXCESSO DE
GORDURA CORPORAL
Esta é uma das maiores preocupações das autoridades
mundiais da saúde, afinal, o excesso de peso está
correlacionado com o desenvolvimento de um série de
doenças dentre as quais o diabetes, hipertensão, as doenças
arteriais coronarianas, alguns tipos de câncer e até
problemas emocionais. A obesidade reduz a expectativa e a
qualidade de vida.
Estima-se que 40% da população dos EUA esteja com o
peso acima dos limites da normalidade o que é estimado
quando a pessoa excede em 20 % do peso corporal para
uma determinada idade, sexo e tipo físico (1). No Brasil, não
existe uma estimativa fidedigna, mas, principalmente nos
grandes centros industrializados, a obesidade é um problema
assustador que deve ser levado muito a sério.
Na verdade, o controle do peso, além de uma questão
matemática, também é uma escolha pessoal. Só basta nos
conscientizarmos disso. Explico melhor. A questão é
matemática, considerando que, se ingerirmos menos calorias
do que gastamos perderemos peso, se a ingestão for igual
ao gasto, o peso será mantido estável e, se ingerirmos mais
calorias do que gastamos, tenderemos a armazenar o
excesso, porque armazenar energia é uma das coisas que o
organismo melhor sabe fazer.
Isso advém desde os primórdios da existência do ser
humano na face da terra. Neste aspecto, os nossos genes
não evoluíram muito nos últimos 100.000 anos. Eles ainda
estão adaptados para sobreviver a diferentes tipos de dieta.
Mais recentemente, na escala da evolução, os nossos
ancestrais podiam ser bem sucedidos em uma caçada
podendo, assim, sobreviver por algumas semanas da caça,
outras vezes podiam ter suas plantações devastadas por
condições climáticas e ter de sobreviver a um regime de
baixa calorias. Este processo natural proporcionou ao
homem tecido adiposo com capacidade quase ilimitada para
armazenar energia e um sistema anabólicoenzimático muito
adaptativo de forma que esta “balança energética” pode ser
manipulada por fatores externos contrários a nossa
vontade, mas pode ser uma escolha também.
É a diferença entre ter o prazer de ingerir muitos alimentos
saborosos diariamente, porque comer também é um prazer,
mas ficar gordinho, ou comer mais sensatamente e ter o
prazer de ir a praia ou de se olhar no espelho e se sentir
bem. O decisão fica por conta de cada um. Visto por este
prisma, parece algo bastante lógico e simples mas envolve
também dependências emocionais que muitas vezes devem
ser trabalhadas por especialistas, mas a conscientização
deste ponto de vista já pode ser um bom começo para todos
que desejam controlar o peso.
É importante salientar que, embora existam diversos
programas radicais de dieta para perda de peso, não há
necessidade de passar fome ou se privar de alimentos
saborosos para se alcançar o seu objetivo. Creio que uma
dieta bem programada não deve permitir que a pessoa
perca mais do que 0.8 – 1.5 Kg de peso corporal por
semana ( variação dependendo das dimensões corporal do
cliente ). Perda ponderal muito rápida e elevada coloca em
risco a saúde da pessoa e provoca a perda de massa
muscular. E no mundo do culturismo, como que o excesso de
peso em gordura vem sendo combatido?
É muito importante salientar o que seria excesso de peso em
gordura para nós. Na minha concepção, considero como
limite máximo, 12% de gordura corporal para homens e de
22% para mulheres, isto em off season. Em pre-contest,
este nível deve baixar para 3-4% de gordura para ambos os
sexos. Muitos atletas, na esperança de aproveitar todas as
condições anabólicas, ficam muito mais gordos do que isto o
ano todo e depois tem que se sacrificar muito para se
enquadrarentro de uma composição corporal ideal, ou dentro
de sua categoria, perdem peso ao longo das semanas, mas
com este, boa parte da massa corporal conquistada com
tanto sacrifício também se esvai, tal como um balão que se
fura.
Não resta dúvidas de que uma alimentação hipercalórica
provoca uma série de efeitos anabólicos desejáveis.
Principalmente nas duas primeiras semanas de super-
alimentação, os hormônios anabólicos testosterona, GH
(IGF-1) e insulina são liberados em perfeita proporção e
quantidade para propiciar o anabolismo muscular (2). Porém,
um período muito prolongado de superalimentação, além de
promover ganhos de massa magra também provoca o
acúmulo indesejável de gordura.
Desta forma, o atleta natural tem a opção de se beneficiar
da super-alimentação e manter níveis razoáveis de gordura
corporal, alternando dieta hipercalórica e hipocalórica e não
se mantendo num mesmo tipo de dieta durante meses.
Parece ser o mesmo processo que configura o treino com
pesos: é muito conveniente mudar periodicamente o sistema
de treinamento, haja vista que o corpo humano tende a
estabilizar com atividades muito sistêmicas e de intensidade
aproximada igual, isto se denomina homeostase.
Por outro lado, longos períodos em dieta muito baixa em
calorias, como algumas pessoas ainda tendem a fazer,
provoca um fenômeno denominado de Metabolic Slowdawn,
algo como baixa da taxa metabólica. Retornamos ao
mecanismo de defesa para a manutenção da vida que
herdamos de nossos ancestrais. Desta forma, parece muito
ineficiente permanecer por mais do que duas semanas
ingerindo baixas calorias, pois após este período, a queda
metabólica é vertiginosa (3).
Basicamente, o que ocorre é uma queda na temperatura
corporal o que é causado basicamente por uma diminuição
na atividade dos hormônios da tiróide, este hormônio é
responsável pela manutenção da temperatura corporal mas
também estimula a produção de GH ( Hormônio do
Crescimento ) e age sinergisticamente com o subproduto
deste, a somatomedina ou IGF-1. Como se vê, uma queda
na produção deste hormônio pode causar alguns problemas.
Analisando um pouco mais a fundo, a tiróide produz dois
hormônios, a tiroxina ou tetraiodotironina ou T4 e a
triiodotironina ou T3, mas na verdade o hormônio ativo é o
T3, justamente o hormônio produzido em menor quantidade,
aproximadamente 20%. Porém, ao ser conduzido ao fígado,
o T4 inativo sofre a ação de enzima específica ( 5-
desiodase) e se transforma no hormônio ativo T3 (4) o qual
irá, entre outras ações já mencionadas, provocar a elevação
da temperatura corporal e provocar a queima de gordura.
Ocorre que esta conversão depende da presença de energia
suficiente no fígado (ATP) e prolongada dieta causa a
depleção de ATP, principalmente o presente no fígado, e
com isto a conversão da T4 em T3 fica prejudicada, e a
baixa da temperatura corporal torna-se inevitável.
Já há algum tempo venho frisando em cursos e para os
meus cliente a necessidade de não abusar de frutas. Às
vezes digo meio exageradamente que um copo de suco de
laranja é o mesmo que um copo de celulite. Assustador!
Ocorre que a frutose bem como a sucrose (frutose +
glicose) roubam ATP do fígado e torna a conversão de T4
mais difícil (5) portanto, maneirar na fruta é muito
conveniente.
Tem muita gente que ainda acha que está fazendo uma
grande vantagem ao trocar um Coca Light por um copo de
suco de laranja. Na próxima edição, estudaremos como
otimizar a queima excessiva e indesejável de gordura de
maneira natural sem colocar a massa muscular em risco,
mas também analisaremos os agentes químicos que vem
gordura, seus reais benefícios, dosagens e os riscos destes
meios. Até a próxima edição.
Autoria do Prof. Waldemar Guimarães
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