quinta-feira, 6 de junho de 2013


                       COMO CONTROLAR O EXCESSO DE 

                                      GORDURA CORPORAL 





Esta é uma das maiores preocupações das autoridades 

mundiais da saúde, afinal, o excesso de peso está 

correlacionado com o desenvolvimento de um série de 

doenças dentre as quais o diabetes, hipertensão, as doenças

 arteriais coronarianas, alguns tipos de câncer e até 

problemas emocionais. A obesidade reduz a expectativa e a 

qualidade de vida.

Estima-se que 40% da população dos EUA esteja com o 


peso acima dos limites da normalidade o que é estimado 

quando a pessoa excede em 20 % do peso corporal para 

uma determinada idade, sexo e tipo físico (1). No Brasil, não

 existe uma estimativa fidedigna, mas, principalmente nos 

grandes centros industrializados, a obesidade é um problema

 assustador que deve ser levado muito a sério.

Na verdade, o controle do peso, além de uma questão 


matemática, também é uma escolha pessoal. Só basta nos 

conscientizarmos disso. Explico melhor. A questão é 

matemática, considerando que, se ingerirmos menos calorias

 do que gastamos perderemos peso, se a ingestão for igual 

ao gasto, o peso será mantido estável e, se ingerirmos mais 

calorias do que gastamos, tenderemos a armazenar o 

excesso, porque armazenar energia é uma das coisas que o 

organismo melhor sabe fazer.

Isso advém desde os primórdios da existência do ser 


humano na face da terra. Neste aspecto, os nossos genes 

não evoluíram muito nos últimos 100.000 anos. Eles ainda 

estão adaptados para sobreviver a diferentes tipos de dieta. 

Mais recentemente, na escala da evolução, os nossos 

ancestrais podiam ser bem sucedidos em uma caçada 

podendo, assim, sobreviver por algumas semanas da caça, 

outras vezes podiam ter suas plantações devastadas por 

condições climáticas e ter de sobreviver a um regime de 

baixa calorias. Este processo natural proporcionou ao 

homem tecido adiposo com capacidade quase ilimitada para 

armazenar energia e um sistema anabólicoenzimático muito

 adaptativo de forma que esta “balança energética” pode ser

 manipulada por fatores externos contrários a nossa 

vontade, mas pode ser uma escolha também.

É a diferença entre ter o prazer de ingerir muitos alimentos 


saborosos diariamente, porque comer também é um prazer, 

mas ficar gordinho, ou comer mais sensatamente e ter o 

prazer de ir a praia ou de se olhar no espelho e se sentir 

bem. O decisão fica por conta de cada um. Visto por este 

prisma, parece algo bastante lógico e simples mas envolve 

também dependências emocionais que muitas vezes devem 

ser trabalhadas por especialistas, mas a conscientização 

deste ponto de vista já pode ser um bom começo para todos

 que desejam controlar o peso.

É importante salientar que, embora existam diversos 


programas radicais de dieta para perda de peso, não há 

necessidade de passar fome ou se privar de alimentos 

saborosos para se alcançar o seu objetivo. Creio que uma 

dieta bem programada não deve permitir que a pessoa 

perca mais do que 0.8 – 1.5 Kg de peso corporal por 

semana ( variação dependendo das dimensões corporal do 

cliente ). Perda ponderal muito rápida e elevada coloca em 

risco a saúde da pessoa e provoca a perda de massa 

muscular. E no mundo do culturismo, como que o excesso de

peso em gordura vem sendo combatido?

É muito importante salientar o que seria excesso de peso em


 gordura para nós. Na minha concepção, considero como 

limite máximo, 12% de gordura corporal para homens e de 

22% para mulheres, isto em off season. Em pre-contest, 

este nível deve baixar para 3-4% de gordura para ambos os 

sexos. Muitos atletas, na esperança de aproveitar todas as 

condições anabólicas, ficam muito mais gordos do que isto o 

ano todo e depois tem que se sacrificar muito para se 

enquadrarentro de uma composição corporal ideal, ou dentro

 de sua categoria, perdem peso ao longo das semanas, mas 

com este, boa parte da massa corporal conquistada com 

tanto sacrifício também se esvai, tal como um balão que se 

fura.

Não resta dúvidas de que uma alimentação hipercalórica 


provoca uma série de efeitos anabólicos desejáveis. 

Principalmente nas duas primeiras semanas de super-

alimentação, os hormônios anabólicos testosterona, GH 

(IGF-1) e insulina são liberados em perfeita proporção e 

quantidade para propiciar o anabolismo muscular (2). Porém,

 um período muito prolongado de superalimentação, além de

 promover ganhos de massa magra também provoca o 

acúmulo indesejável de gordura.

Desta forma, o atleta natural tem a opção de se beneficiar 


da super-alimentação e manter níveis razoáveis de gordura 

corporal, alternando dieta hipercalórica e hipocalórica e não 

se mantendo num mesmo tipo de dieta durante meses. 

Parece ser o mesmo processo que configura o treino com 

pesos: é muito conveniente mudar periodicamente o sistema

 de treinamento, haja vista que o corpo humano tende a 

estabilizar com atividades muito sistêmicas e de intensidade 

aproximada igual, isto se denomina homeostase.

Por outro lado, longos períodos em dieta muito baixa em 


calorias, como algumas pessoas ainda tendem a fazer, 

provoca um fenômeno denominado de Metabolic Slowdawn, 

algo como baixa da taxa metabólica. Retornamos ao 

mecanismo de defesa para a manutenção da vida que 

herdamos de nossos ancestrais. Desta forma, parece muito 

ineficiente permanecer por mais do que duas semanas 

ingerindo baixas calorias, pois após este período, a queda 

metabólica é vertiginosa (3).

Basicamente, o que ocorre é uma queda na temperatura 


corporal o que é causado basicamente por uma diminuição 

na atividade dos hormônios da tiróide, este hormônio é 

responsável pela manutenção da temperatura corporal mas 

também estimula a produção de GH ( Hormônio do 

Crescimento ) e age sinergisticamente com o subproduto 

deste, a somatomedina ou IGF-1. Como se vê, uma queda 

na produção deste hormônio pode causar alguns problemas.

Analisando um pouco mais a fundo, a tiróide produz dois 


hormônios, a tiroxina ou tetraiodotironina ou T4 e a 

triiodotironina ou T3, mas na verdade o hormônio ativo é o 

T3, justamente o hormônio produzido em menor quantidade,

 aproximadamente 20%. Porém, ao ser conduzido ao fígado,

 o T4 inativo sofre a ação de enzima específica ( 5-

desiodase) e se transforma no hormônio ativo T3 (4) o qual 

irá, entre outras ações já mencionadas, provocar a elevação 

da temperatura corporal e provocar a queima de gordura. 

Ocorre que esta conversão depende da presença de energia 

suficiente no fígado (ATP) e prolongada dieta causa a 

depleção de ATP, principalmente o presente no fígado, e 

com isto a conversão da T4 em T3 fica prejudicada, e a 

baixa da temperatura corporal torna-se inevitável.

Já há algum tempo venho frisando em cursos e para os 


meus cliente a necessidade de não abusar de frutas. Às 

vezes digo meio exageradamente que um copo de suco de 

laranja é o mesmo que um copo de celulite. Assustador! 

Ocorre que a frutose bem como a sucrose (frutose + 

glicose) roubam ATP do fígado e torna a conversão de T4 

mais difícil (5) portanto, maneirar na fruta é muito 

conveniente.

Tem muita gente que ainda acha que está fazendo uma 


grande vantagem ao trocar um Coca Light por um copo de 

suco de laranja. Na próxima edição, estudaremos como 

otimizar a queima excessiva e indesejável de gordura de 

maneira natural sem colocar a massa muscular em risco, 

mas também analisaremos os agentes químicos que vem 

gordura, seus reais benefícios, dosagens e os riscos destes 

meios. Até a próxima edição.


Autoria do Prof. Waldemar Guimarães

Nenhum comentário:

Postar um comentário